sexta-feira, 15 de junho de 2012

E esse mundinho virtual...

Como estou muito em casa, pois já não tenho aulas do mestrado, agora é pesquisa, escrever, ou seja, eu e eu mesma, às vezes tenho a sensação que a vida se tornou mais virtual do que real. Real para mim é Tomás, que com sua sede de vida, de aprender, demonstra o tempo todo que a realidade existe, existe mesmo, longe dos computadores, celulares, vida de verdade. Vida sem ilusões, vida sem rótulos, vida sem aparências. Acho que tou sofrendo de alguma doença do mundo virtual, onde tenho a ilusão que tou vivendo mas na verdade, tou apenas conectada. Vida é quando ele grita de fome, vida é quando ele sorrir muito lindo depois que acorda de um belo e longo cochilo! Vida é quando olho pro calendário e lembro dos prazos de entrega do mestrado, e eu aqui, vidrada nesse mundinho de telas! Preciso mesmo quebrar esse vidro e sair, sair pra viver!

Um balanço...


Tenho sentido falta de alguns "muitos" amigos, daqui mesmo. Pessoas tão perto e tão longe! O tempo que fiquei por lá (8 anos e meio), parece que agravaram minha sede dos amigos e até então, essa sede não passa. Não sei se criei muita expectativa, não sei se me iludi em achar que iria encontrar as coisas parecidas como as que deixei em 2001... Como a mesma turma, ou quase a mesma, muitas saídas, muitos telefonemas, muitos sonhos compartilhados, doce ilusão! Encontrei cada um em seu novo mundo, mundo esse o qual não faço mais parte, nem eles fazem uns dos outros, fazem sim, cada um no seu. Mundos novos, mundo de trabalho, mundo de casa, mundo de casamentos, mundos e mundos, os quais não acompanhei, apenas "dormi" 8 anos e meio, e queria ainda encontrar tudo igual? Claro que não. Tudo muda, sim, claro, somos humanos em constantes mudanças, melhoras e pioras. Mas, mudanças. 
Hoje tou mais ou menos num redemoinho de amigos que se contam nos dedos. Uma estranha nessa cidade que também não a enxergo com os mesmos olhos, e nem bons olhos, na maioria das vezes. Aquela cidade que quando estava em Portugal tinha uma grande paixão, não via defeitos, via só saudade, sol, mar, calor humano, e tudo de ruim a distância se encarregava lindamente de apagar! Que sacana!
São praticamente 2 anos e meio de volta, envolta, solta, procurando algo que nem sei se existe, e nem sei na verdade o que procuro! 
Não, não quero voltar para Portugal, não é isso. Acho que na verdade quero me encontrar, independente do lugar, das pessoas. Primeiro preciso me achar nesse lugar, com essas "velhas" novas pessoas, ou novas mesmo! Descobrir essa "velha" nova cidade que no momento desconheço ou "re"conheço? 
Parece que entrei num túnel perdido, passei alguns aninhos em algum lugar e voltei, sem nem imaginar que 8 anos é muito tempo, e como é! Pessoas casaram, descasaram, tiveram filhos ou não. Estudaram, viajaram, mudaram de emprego, fizeram novas amizades, frequentaram novos lugares, leram outras coisas, enfim, mudaram, mudaram, e muitas eu não as conheço, ou melhor, não as "re" conheço. E eu também criei aqui meu "novo" mundo. Casada, com um filho pequenininho, um mestrado atrasado! Triste? Sim, por um lado queria encontrar um pouquinho de tudo aquilo que vivia. Aos poucos tou tentando entender o que houve, que parte do filme eu perdi. Que cena cortaram, onde a luz faltou? ou eu que faltei? Ou eu tou esquecendo que eu também mudei e muito nesses 8 anos, e talvez eu que já também esteja um pouco fechada, distante. Haverá culpados? Mas culpa de que?  Ou só más e mais interpretações? Peraí, eu saio 8 anos, "vou ali e já volto", e quero encontrar tudo no mesmo lugar? Assim não haveria vida. É, vai ver é que nessas novas "velhas" vidas eu é que não caibo mais. Cheguei um pouco tarde!