segunda-feira, 26 de abril de 2010

De volta ao Cine PE

 












Depois de quase 9 anos volto ao festival de cinema do Recife assistindo a mostra de curtas pernambucanos. A exibição foi no Cine São Luiz cinema tradicional da cidade (1952), recém-reformado e que por sinal continua lindo. A mostra que vimos é competitiva, e não sei, acho que a disputa vai ser acirrada! Os curtas surpreenderam, foram 7, e para mim, só 1 foi fraco.
Amor Selvagem, esse da foto acima, feito de Stop motion, com bonequinhos Gulliver e Playmobil, arrancou umas boas gargalhadas do público, tanto pela fotografia do filme como  o roteiro. Muito criativo.
Teresa também merece destaque. Documentário da pintora pernambucana Teresa Costa Rêgo, conta a  curiosa história de vida dela, que  saiu de uma família  bem tradicional do recife, estudou em escola de freira e mudou completamente de vida ao se apaixonar por um militante comunista em 1963 (1 ano antes da ditadura militar ser implementada). Resultado: virou clandestina, foi exilada, viveu em Paris e por aí vai! Teresa fez  também o público se encantar com seu humor sutil, além de que os quadros dela são de deixar qualquer um boquiaberto, atenção para os quadros que  falam do imaginário do bordel, ideia que ela tinha na cabeça desde criança  sobre  o que era um bordel. Me apaixonei pela obra dela, quero muito um dia um quadro desses! Ela tem seu atelier em Olinda e só podia ser na Rua do Amparo, que "abriga" pelo menos 20 artistas numa ruinha pitoresca da cidade alta. Cliquem no link que é mesmo interessante. Um outro bem legal, sem maiores produções e sim apenas uma boa ideia em pouco mais de 4 minutos, foi o Não sei se Devo.
O Cine PE é hoje um festival referência no País e os curtas de ontem me fizeram ficar feliz, vi que a produção pernambucana melhorou muito e, o melhor, já há bastante incentivos do governo para essas produções. Claro que sempre falta mais, mas o que temos já tem dado bons resultados.

Quadro Pátria Nua ou Ceia larga brasileira 


Esse post rendeu e foi publicado aqui! 

domingo, 18 de abril de 2010

Vai um caldinho?

Quando a gente contava aos portugueses que tomava caldinho na praia eles achavam super estranho. Como assim caldo quente num calor daqueles? A verdade é que o caldinho é bem típico de alguns lugares do Nordeste. Tentei descobrir a origem mas não encontrei, depois vou consultar o livro de um amigo meu sobre culinária daqui, talvez ele fale algo. Bem, caldinho é uma das minhas maiores perdições aqui em Recife. Tomo na praia e tomo nos bares que frequento, sim, tem em praticamente TODOS. Os da praia são vendidos por umas pessoas que andam com várias garrafas térmicas dentro daqueles sacolões de feira. Tem do Biu, da Morena, do Leandro, da Nega... ixe, é caldinho que não se acaba mais! Aí você vai criando laços com os que mais se identifica e quando quer tomar fica a espera que o SEU caldinho predileto passe. Sim, eles passam sempre. Caso queira arriscar, peça antes a prova, eles põe um pouquinho no copinho plástico. Normalmente tem de feijão, feijoada, sururu, marisco, caldeirada, aratu, peixe... só para citar os principais. Mas outro dia vi um homem passar com caldo verde, pois é, esse era especialista em caldo verde, não provei mas fiquei com uma vontade, acho que fiquei imaginando que ali teria um choriço português de brinde! Difícil não? Próxima vez ele não me escapa!
Quanto aos bares, cada um tem seu estilo de caldinho e seu leque de sabores. Ontem fomos a um bar chamado Ostreiro (ainda estamos conhecendo os bares do Recife, que não são poucos). O petisco lá é maravilhoso! Ostras enormes e bem geladinhas, o cara abre na hora junto a mesa e põe azeite e limão, se você quiser, claro, se não pode comer sem nada mesmo! Mas pelo menos o azeite eu aconselho. Resolvi provar o caldinho de camarão depois que vi o que minha amiga havia pedido. E o caldinho é esse aí da foto. Vem o caldo repleto de camarão e ainda umas torradinhas e o famoso casquinho de caranguejo, que é tipo uma pasta ou pirão feito com a carne do caranguejo.
Pode ser até difícil para um português entender a maravilha dessa iguaria nordestina sob o sol quente, mas a verdade é que na praia ou no bar, o caldinho cai muito bem,  forra bem o estômago, sendo uma das melhores combinações da cerveja, geladinha, claro!

terça-feira, 13 de abril de 2010

E há tempos...

Eu tinha 13 anos e conhecia apenas "Índios", apresentada pelo meu tio numa tarde ensolarada da casa do meu avô, onde a radiola (sim, eu sou do tempo de radiola), tocava numa rádio de jovens da época, a "velha" rádio Cidade, que dali me encantou por muitos anos porque era nela que eu sabia todos os sucessos dessa banda de rock que estava emplacando. Os anos? 80, claro. Bem, eu já estava "atrasada", era o 2º LP deles, claro, eu corri, comprei e ficava tardes e tardes, decorando e refletindo as letras, virando do lado A para o lado B o vinil que pouco tempo depois, óbvio, já apresentava alguns arranhões. Sim, mas voltando a Índios, a música deve ter uns 8 minutos ou mais e isso em rádio é absurdamente longo! Mas a Cidade tocava e eu ficava a espera porque sabia decorado os horários que ela iria tocar! Até que um dia meu tio chega e me diz que a banda tá vindo fazer um show! Era meu primeiro show, só conhecia uma música mas foi um show que marcou pra sempre minha adolescência. O show seria no Circo Voador (sim, eu ainda peguei o Circo Voador passando por aqui), e lá fui com meus dois tios, um  deles dez anos mais velho (o que me apresentou), o outro 5, e mais uns 5 amigos deles, todos homens, eu claro, aquela pirralha que nunca tinha ído a um show. Pra falar a verdade, lembro vagamente do show, mas lembro quando eles tocaram Índios, e lembro bem de um cheiro de mato queimado! Só viria descobrir depois que mato era aquele!
Bem, a partir dali eu segui a banda, nas suas letras e músicas que foram essenciais nas minhas crises e fases chatas onde a gente não sabe muito bem o que quer e sofre bastante por não saber quem é!  Vi mais dois shows, dessa vez, com meus amigos, completamente entregue e devoradora de todas as letras! E em diversas fases da minha vida, Legião foi marcando, hoje é nostalgia pura. Nostalgia da boa.
Minhas tardes foram assim, ficar na calçada morna da casa dos meus avós, vendo a vida passar, ouvindo eles...Mas aquilo que me fazia um bem danado! Fez tanto bem que até hoje eu escuto. O mentor da banda tá em outra dimensão e quando isso aconteceu a banda estava meio apagada da mídia, mas pra mim foi um baque, um choque quando eu soube naquela sexta a tarde pelo meu primo, fiquei sem querer acreditar. Pouco antes, estive num bar do lado da faculdade, onde o cara do lado insistia em tocar Legião, bebendo uma cervejinha com não sei quem, não recordo, e o som vindo de trás, só Legião. Eu estava ali feliz. Quando soube da notícia, corri e liguei na rádio cidade. O locutor que fazia um programa  de rock tinha a voz engasgada e resolveu fazer o fim de semana inteiro um especial de Legião, com entrevistas deles, depoimentos.Eu corri, peguei várias fitas cassetes, coloquei no micro-system e gravei fitas e fitas o fim de semana inteiro! Curti bem esse luto. 
Mais tarde, coincidentemente fui estagiar na rádio Cidade. Mas ela já não era a mesma, infelizmente, tocava Axé music e na época eu era alternativa demais! Mas ainda existia o tal programa de rock nas sextas-feiras e eu conheci o tal locutor e contei pra ele a história, do meu "luto" daquele triste final de semana após a morte de Renato, foi bom partilhar isso com ele.
Outro dia, sei lá, agora no final de março, tou eu assistindo um programa na TV que fez um especial ao Renato, ele estaria completando 50 anos. E lá estava o restante da banda. Foram alguns convidados cantar, ou seja, tentar substituir Renato. Impossível. Lamentável. O público em sua maioria, jovem demais pra entender aquilo. Batia palma porque era o jeito. Lamentável. Devia se perguntar porque um programa inteiro especial sobre esse "tal" cara... Esse mesmo público até curte hoje algumas músicas cantadas dele  tocada por outras bandas, e nem sonha de quem é na verdade. Mas esse mesmo público ainda estava nascendo quando vivemos aquela magia do Legião, que enlouquecia, inexplicavelmente, enlouquecia. Eu sei, isso foi Há tempos!

 

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Minha vida offline!

Eu me rendo, mas foi tão difícil todos esses dias (15), sem internet! Ainda mais eu que sou neste momento "secretária de assuntos aleatórios", resolvendo coisas de compra de carro, procurando ap, fazendo cotação de seguro, procurando ap, mudando documentos, procurando ap, fazendo contatos de trabalho, procurando ap! Pois é! Parece que não é só em Portugal que os serviços de internet, telefone e afins funcionam mal não. Por essas bandas também é uma porcaria. Passamos esses dias todos ligando pro suporte técnico e os robôs dos callcenters sempre diziam a mesma coisa, que enviariam mensagem pra área técnica da minha região e que tinha um prazo de 24 horas para aparecer o maldito! Claro que ele nunca apareceu. Sei que depois de berrar com metade do suporte, diariamente (manhã, tarde  e noite), alguém se lembrou de verificar que houve uma suposta melhoria de velocidade na minha área e que isso é que causou a perda do sinal porque a região não está preparada para melhorias! Pode? agora porque a bobônica da área técnica não sabia disso desde o 1º dia que liguei, dessa tal "migração"? Enfim, tivemos que pedir pra voltar a velocidade mais baixa para voltar o sinal. Enfim. Neuras a parte com a OI VELOX, fiquei dias e dias solitários aqui sem falar com meus amigos de Portugal :(  descobri que mais da metade das coisas que faço depende de um browser vivo e não com aquela mensagem dizendo que a página não foi encontrada! 
E na minha vida offline só me restou arrumar as pastas de fotografias do computador e colocar em dia os episódios da série LOST, sim porque todo o resto dependia da net. A sorte é que tive zilhões de coisas para tratar na rua... Parece exagero mas você já se imaginou hoje sem internet? Em ter que escrever cartas por ex, botar nos correios, esperar seu amigo ler, responder e mandar de volta? Outro dia rolou uma polêmica aqui em casa sobre isso e olha que rendeu!