quarta-feira, 16 de outubro de 2019

Os partos de Tomás e Melissa!



Resolvi escrever o meu relato de parto porque na verdade ele estava entalado na garganta depois do meu primeiro parto em 2011. Na verdade esse relato é a junção de dois relatos em um só, porque o primeiro justifica o segundo, e porque um não estaria nunca dissociado do outro e porque a minha história não ficaria completa apenas com o segundo.
Em 2010 engravidei de Tomás e já tinha em mente que queria um parto normal. Minha ginecologista não fazia mais obstetrícia e me indicou a uma colega de consultório, e logo na primeira consulta falei que queria um parto normal ela foi super seca, antipática. Na segunda consulta falou que estaria de férias na altura do nascimento e não poderia continuar me acompanhando. Depois dessa tive uma terceira que disse logo que não fazia normal, prefiro assim, ao menos não tentou enganar, diferente da penúltima que disse que fazia (inclusive trabalhava também no Imip, daí me deixou mais tranquila), porém no final da reta quis inventar uma cesárea e eu fugir dela como o “diabo foge da cruz”!
Estava tudo tranquilo, nem gripe eu tive na gravidez, nada, nada, e com 39 semanas de Tomás fui fazer uma última ultra quando para minha surpresa acusou diminuição do líquido amniótico. Fiquei um pouco ansiosa e no dia seguinte fui a consulta, era dia 6 de Julho. Ao chegar ela aferiu a pressão e deu um pouco alta, detalhe que eu tenho tendência a ter baixa. Mas acho que minha ansiedade alterou a pressão naquele dia. Ela disse logo que queria me ver no dia seguinte, mas que eu já viesse preparada porque se a pressão continuasse alta iríamos direto para o hospital fazer a cesárea. Vale salientar que um dia depois ela viajaria de férias. Foi aí que fugi. Como ela tava programando essas férias, ela mencionou, ao longo do pré-natal, que me encaminharia para uma outra médica que faria também parto normal, mas nunca chegou a encaminhar oficialmente. Saí do consultório e liguei para a tal médica e consegui um encaixe no mesmo dia. Naquela tarde ainda do dia 6 já estava na consulta. Falamos sobre todo o meu pré-natal que foi super tranquilo e relatei minha preocupação sobre essa “perda de líquido”. Ela pediu pra naquela mesma tarde (que tarde longa!) eu ir em Dr. Etevaldo que era do lado do consultório dela. Fui e voltei para ela olhar o resultado e estava tudo bem com o liquido, não havia sinal de perda. Ela me tranquilizou e disse para esperar que eu tinha tudo para ter normal. Saí tranquila e confiante. Na mesma noite, ainda dia 6 (dia longo viu?), às 10 e meia da noite comecei a ter contrações. Às duas da manhã eu estava ligando para a médica que eu havia conhecido poucas horas antes. Às 8 e meia da manhã do dia 7 eu chegava no Santa Joana com contrações bem fortes, ela fez o primeiro toque e eu já estava com 5cm de dilatação. Passei boa parte da manhã na recepção sofrendo com dores enquanto minha médica brigava para conseguir um quarto para mim, tudo porque eu não estava na programação de cesárea do dia. Só depois das 11 da manhã entrei no quarto e fiquei usando uma bola de pilates que estava disponível. A doutora me deixou à vontade quanto ao uso da analgesia mas perto da uma da tarde, com quase 8 de dilatação eu pedi (analisando hoje me arrependo de não ter chamado doula, teria sido essencial nesse momento). Ela não hesitou e chamou (primeira intervenção). No meio da tarde ela deu outro toque permitido e depois estourou a bolsa sem me perguntar. Disse que era para acelerar. 
Eu estava sem comer desde a noite anterior, e sem dormir também. No final da tarde começou o período expulsivo, não me adaptei a banqueta, tentei outras posições mas terminei na posição de litotomia. Aí foi de seguida todas as intervenções, estresse e agonia da equipe gritando várias pessoas pedindo para eu fazer força... Todo aquele auê que não é necessário, o que deixou meu marido super angustiado, achando que estava acontecendo algo de errado com o bebê. Ele chegou a sair da sala pois começou a se sentir mal, depois voltou. Fui lacerada, fizeram a manobra de Kristeller e ainda usaram uma colher do fórceps para Tomás sair. Eu não tinha mais forças, já ia fazer 24 horas que estava sem comer! Então o argumento do fórceps foi “ajudar”, mas isso eu também só soube depois. Segundo ela, meu períneo não dilatava, contraía. Por um lado estava feliz de ter normal, por outro estava cheia de interrogações se precisava ter sido tão traumático, tão caótico aquele momento. Sem falar que acreditei por muito tempo que eu não era capaz de ter tido sozinha, que tinha “problemas no períneo”. Passei muito tempo decidida a ter o próximo de parto cesárea!
Continuei lendo relatos, conversando com um e com outro sobre meu “tal problema” no períneo e descobri que nada daquilo existia. Mas o medo já estava solidificado, eu já não acreditava que era capaz de parir sozinha. Poucos meses antes de engravidar já tinha mudado de ideia, voltei a cogitar ter normal, mas decidi que faria tudo diferente. Comecei a ler sobre partos humanizados. Li muito e conversei com muita gente. Engravidei. Quando falei pro meu marido que ia tentar normal ele quase tem um treco! Disse que não aguentava passar por tudo de novo. Falei que ia ser diferente. Aí vem aquela ladainha de procurar médico, do susto do valor de um parto humanizado, descobri que o plano poderia cobrir boa parte, e com quase 20 semanas conheci finalmente, Doutor Renato. Saí dali super decidida, feliz, mas o medo de não ser capaz na hora me acompanhava, eu duvidava muito de mim ainda, mas estava decidida a seguir em frente! Leandro adorou também Doutor Renato e abraçou a ideia, também se informou, ajudou a fazer o plano de parto, me apoiou 100% e estava animado de novo com a ideia. Faltando menos de 1 mês pras 40 semanas conheci Maiana, doula e acupunturista, bastou uma manhã ensolarada de maravilhosas picadas e muita conversa para eu desmistificar de vez a tal história do meu períneo e finalmente acreditar que era capaz. A procura por Maiana foi para aliviar as dores na região pélvica e diminuir a ansiedade, mas ela terminou por aliviar aquela ferida que doía desde 2011, desde que saí daquela sala de parto depois de ter normal mas mesmo assim, desacreditada de mim. A última vez que encontramos eu estava com 39 semanas. Em paralelo a esses encontros também conversei sobre isso com Ludmila, minha doula, importante também para acreditar que tudo correria bem e que não havia problema algum de períneo.
As 40 semanas e 3 dias, era uma quinta-feira,  fomos a uma consulta com Doutor Renato, colo fechado, tudo normal, que disse brincando pra eu andar, namorar e comer bastante pimenta! Obedeci apenas a última! Na sexta resolvemos jantar num restaurante mexicano, sabia que seria nosso último jantar a 3! Foi maravilhoso. Tomás com 3 anos e 4 meses estava numa ansiedade sem tamanho pra chegada da irmã. Dava beijos na barriga, conversava com Melissa, todos os dias perguntava quando ela ia chegar. Fui dormir umas 11 da noite. De madrugada às 3 e meia da manhã, acordei com uma cólica leve. Já tinha acontecido algumas vezes, mas fiquei em alerta. Quando tive a quinta cólica, fiquei mais alerta, tinha acontecido no máximo 4 vezes e parava. Baixei um aplicativo pra monitorar. Em menos de uma hora deixaram de ser cólicas. Acordei marido. Eram 4 e meia da manhã. Tive uma dor de barriga no meio das contrações, e a partir daí minha pressão ficava baixa toda vez que uma contração vinha. A essa altura Leandro é que controlava as contrações no aplicativo. As dores foram ficando muito intensas rapidamente. Ligamos para Ludmila. Disse pra ir pro chuveiro. Pedimos pra ela ir lá pra casa. A pressão foi normalizando, as dores aumentando. Pronto entrei na partolândia. Tudo estava acontecendo muito rápido. Não conseguia falar, pensar, perguntar. No chuveiro eu tinha muuuuuito sono! Entre uma dor e outra eu encostava a cabeça no azulejo e cochilava! Vinha dor de novo! Que loucura, queria tanto dormir, e pensava só. Meu Deus eu estou pra parir e morta de sono. Nem lembrei que o tal sono era ocitocina natural. Eram 5 e pouca. Ludmila chegou bem rápido. Lembro que eu só perguntava pra ela: Será que vou conseguir? Ouvi os sogros chegando, eles iriam ficar com Tomás quando a gente fosse pro hospital. Lembro de Ludmila perguntar no banheiro: quer ir pra maternidade? Eu apenas balancei a cabeça e disse que seria difícil sair daquele chuveiro. Parte chata: botar roupa, caminhar até o carro, passar por dezenas de buracos do asfalto (achei em alguns momentos que poderia parir ali em qualquer avenida). Adoro manhãs de sábado ensolaradas. As ruas estavam livres. Eu mal abria os olhos no carro. Era muita dor. Tentava lembrar que de Tomás ainda aguentei 13 horas sem analgesia. Chegamos na Maternidade Santa Lúcia 7 da manhã. Fui direto pro chuveiro do quarto enquanto enchiam de ar a piscina. Enquanto isso permiti um toque, estava quase 8 cm! Meu Deus, como estava perto! As dores eram absurdamente fortes, achei que não ia aguentar, quanto mais eu achava mais o momento se aproximava. Não pensei em analgesia.  As contrações estavam uma atrás da outra e muito fortes. Entrei na piscina e fiquei com a mangueira por cima da barriga. Enquanto isso ouvi vagamente Belle & Sebastian tocando baixinho, recebi pedaços de melão muito doces na boca. Quarto a meia luz. Cortinas baixas da janela. Uma voz diferente, era a neo que chegava. Eita, tá perto. Fechava o olho, a partolândia era ali! A ausculta tava normal, Melissa vinha descendo na perfeição. Eu sentada no chão da piscina, tentava não me mover. Eu repetia para Ludmila: Acho que não vou aguentar! Ela: já aguentou. Melissa tá vindo. De repente, Doutor Renato me aconselha a mudar de posição, aquela sentada favorecia apenas as minhas dores. Criei coragem e fiquei de joelhos. Ele ensinou a Leandro uma boa posição para ele me segurar por fora da piscina. Daí em diante foi tudo muito rápido! Melissa só estava a espera dessa tal mudança! Senti cada descida dela, as dores já eram diferentes, era um vulcão que eu já não controlava mais, acordei da partolândia. Sei lá, parecia que eu tinha me banhado num mar gelado, fiquei alerta! Eu apenas fazia força quando Melissa pressionava. Gritei. Lud disse pra vocalizar, ajudava, e ajudou. O quarteirão deve ter ouvido. Mas não pensava mais em anda, queria que ela nascesse.  Estávamos em sintonia. Eu comecei a chamar por ela, ela respondia. A gente se ajudava! Acho que da hora que mudei de posição até ela nascer foram uns 40 minutos. Depois de uns 7 ou 8 puxos, veio o circulo de fogo, era Mel nascendo como um vulcão na água! Peguei ela ainda debaixo d´água, olhinhos bem abertos, olhando pra mim! Lembro da sensação da pele dela! Meu Deus, eu tinha conseguido. Foi tudo tão rápido, intenso! Eram 9 e 39 da manhã. A primeira cólica tinha sido às 3 e meia. Tirei-a da água e abracei. Ela chorou. Nós também! Lembro ainda do cheirinho dela. Esperamos o cordão parar de pulsar. O pai cortou. Ela mamou. Muito calminha. Olhando tudo. Eu estava eufórica, não conseguia descansar e falava muito. Sentia de verdade que tinha parido.Aos poucos, no dia a dia da segunda maternidade, vi como aquele momento me transformou, como a gente esquece fácil a dor das contrações por ser tão compensador! Ainda bem que decidi acreditar em mim!  
Gostaria de agradecer a equipe de Doutor Renato, especialmente por ter me acolhido com quase 20 semanas, por ter dado a segurança que a gente precisava e, principalmente, passado paz! Sim, essa palavra o define muito bem. Não sei nem explicar, mas eu e Leandro sentíamos isso com ele por perto. Agradecer a Ludmila que segurou todo tempo minha mão fazendo eu acreditar que iria conseguir. A Franceli que teve todo cuidado com nossa Melzinha, respeitando as nossas decisões relacionadas aos primeiros cuidados. E agradecer principalmente, a Leo que me apoiou, acreditou de novo em mim, que deu todo apoio necessário emocional e operacional. Que agora somos 4 em 1. Que Mel era a peça que faltava na nossa família. E que Tomás, tão pequeno, já conseguia demonstrar um amor tão grande ao conhecer a irmãzinha. 
As mães que pensam em parir normal aconselho a escolha de uma equipe de verdade humanizada e preocupada e, principalmente, dedicada. 
Aos grupos de apoio meus agradecimentos por toda informação disponibilizada tanto na internet, quanto presencialmente. E meu obrigada a todos que fazem, do nascimento com respeito, sua luta diária

segunda-feira, 6 de abril de 2015

Revivendo Lisboa...

Quando eu cheguei em Portugal tinha um blog chamado A Eterna Turista que se transformou em Esperando a Caravela e que agora voltou a ser Eternos Turistas , assim como nosso instagram @eternosturistas. No menu direito do blog tem os links para os posts de quase todas as viagens que fiz pela Europa. Por mais incrível que pareça eu nunca tinha parado pra escrever sobre Lisboa. Não faltou oportunidade, até porque tive lá inúmeras vezes. Sobre o  Porto tem essa postagem com dicas de uma visita de 3 dias porque muita gente pedia. Algumas coisas podem estar desatualizadas, hoje o Porto tem muito mais atrações turísticas e eventos pois se tornou um dos principais destinos turísticos da Europa, e nisso sou suspeita pra falar porque sou apaixonada pela cidade. Esse blog não tem pretensão nenhuma de ser informativo turístico, eu apenas coloco minhas impressões e de quebra dou umas dicas para facilitar quem estiver indo pela primeira vez.

Abaixo dividi por partes os pontos turísticos pra facilitar a caminhada, sim, o ideal é você andar a pé:

Fazer a visita completa no Mosteiro dos Jerônimos (lindíssimo, onde estão os túmulos de Camões e Vasco da Gama). De lá, a pé mesmo, você pode fazer um lanche no famoso "Pastéis de Belém". Pertinho dali é possível visitar o Centro Cultural de Belém e depois atravessar a avenida em direção a beira do rio Tejo, onde estão os monumentos Padrão dos descobrimentos e a Torre de Belém.

Parque das Nações (zona mais moderna na beira do rio Tejo) onde tem o Oceanário, que eu acho fantástico, conhecemos com as crianças nas férias de 2016 e ficamos encantados. Ainda no Parque das Nações tem a moderna Estação de trem Gare do Oriente, e é muito legal fazer um passeio pelas Docas na beira do rio onde você pode almoçar em algum dos inúmeros bares e restaurantes. Se quiser, ainda pode andar no teleférico ou fazer compras no shopping Vasco da Gama.

Visitar o Chiado que é a "baixa de Lisboa", que quer dizer o "centrão" da cidade, bairro histórico do centro. Caminhar na rua Augusta onde tem muitos restaurantes típicos e vai dar no Arco da Augusta que faz parte da Praça do Comércio, mais conhecida por Terreiro do Paço, vale muito a pena essa caminhada. Nessa área tem um restaurante indicado por um amigo luso-brasileiro que morou lá muitos anos e conhece bem,  é o João do Grão. Há também um shopping nesse bairro e muitas lojas de rua pois é o centro de Lisboa.

Andar no Elétrico 28 que sobe pelo bairro típico de Alfama até o Castelo de São Jorge. Esse Elétrico é uma espécie de bonde antigo, ele é famoso porque passa por vários pontos turísticos da cidade, é uma viagem maravilhosa. Pode aproveitar o passeio e descer para almoçar ou jantar no bairro de Alfama e ainda assistir uma apresentação de fado no restaurante A Baiuca do Fado, fica na rua de São Miguel, 20.

Visitar o café A Brasileira, onde tem uma famosa escultura de Fernando Pessoa, e depois passear pelo Bairro Alto. Tem muitos restaurantes, bares, lojas tanto de design, coisas típicas...  O bairro alto é muito legal à noite, tem várias opções de jantar, como o Cantinho do Bem Estar e o Sinal Vermelho, restaurantes simples mas com comida boa. E se quiser assistir fado também no Bairro Alto, tem o restaurante "Já Disse", na rua Diário de Notícias, 42.

Passeios aos Palácios: Palácio Nacional da Ajuda e Palácio Real de Queluz. Esse último é mais afastado de Lisboa, é preciso separar uma manhã ou uma tarde pra visitar.

Caminhar pela Avenida da Liberdade que é lindíssima, sentar e tomar um café.

No centro de Lisboa tem a Estação de trem do Rossio que é linda também! No Rossio uma boa opção de almoçar é o Gambrinos.

Visitar o Panteão também pode ser um passeio agradável, fica perto da estação de trem Santa Apolônia. Podem almoçar no "faz Figura", próximo a Santa Apolônia.

Uma boa pedida para quem quer provar cozinha portuguesa moderna é ir a um dos restaurantes do chef José Avillez, uma amiga portuguesa indica o "Belcanto" que fica na Largo de São Carlos, 10 Link sobre o chef: http://www.joseavillez.pt/pt/ 

Para quem quiser fazer turismo direcionado a gastronomia portuguesa indico esse serviço http://www.tasteoflisboa.com/pt/


Bem, o difícil é escolher o que fazer em poucos dias. Lisboa é rica em cultura, é deliciosa para andar sem pensar em nada. É contemplar! É provar vinho bom e comida boa! É sentar numa tarde de primavera e sorrir com tanta beleza. 

Atualizado em outubro de 2019

terça-feira, 31 de março de 2015

Não sei bem ainda o motivo, mas de repente me bateu uma vontade enorme de escrever de novo nesse blog. Nesse porque nele tenho boas, ruins, mas muitas memórias, ou melhor, lembranças. É verdade que aliada a vontade de escrever vem a vontade de preencher um tempo que de vazio não tem nada! Mas é uma vontade de preencher uma lacuna louca para se expor, para sair daqui de dentro nesse período de puerpério que vivencio mais uma vez, só que dessa vez ele veio mais comportado, menos inseguro, mais livre, mas também mais irritado, intolerante e explosivo. Talvez daí essa vontade de escrever, escrevendo eu me leio, organizo as ideias, as dores, as alegrias, as lembranças, o dia a dia de rotina sem rotina mas intenso. O dia a dia sem dia para mim, com noites bem dormidas sim, mas o corpo pesado de cansaço físico e enferrujado! A cabeça nem tanto, o coração vai bem, bate forte com tanto amor agora num nosso mundo de 4! Sim, éramos três até 4 meses atrás! Vou até postar nossa última foto a 3, ela é simbólica e demarca o fim de uma fase e o início de outra pois em apenas exatas 12 horas depois nossas vidas passaram a ser a 4!  Melissa chegou linda, calma, serena numa piscina dentro do hospital, e me refez outra mãe, sim, de novo nasce uma outra mãe, agora de dois. Senti sua saída como um vulcão interno, sem intervenções, sem absolutamente nenhum remédio que intermediasse eu e ela. Não, era eu e ela ali, trabalhando juntas naquele momento. Ela nascendo nessa família de 3 e eu renascendo a partir da erupção uterina, incrível, mas é tão difícil escrever o que passei naquele manhã de sábado (sim, adoro manhãs de sábados), do dia 29 de Novembro de 2014. 
Isso foi só para botar pra fora uma pontinha do iceberg de ideias que fervilham. Muita coisa pra falar, sentir, escrever, descrever, viver! Espero voltar já!

sexta-feira, 15 de junho de 2012

E esse mundinho virtual...

Como estou muito em casa, pois já não tenho aulas do mestrado, agora é pesquisa, escrever, ou seja, eu e eu mesma, às vezes tenho a sensação que a vida se tornou mais virtual do que real. Real para mim é Tomás, que com sua sede de vida, de aprender, demonstra o tempo todo que a realidade existe, existe mesmo, longe dos computadores, celulares, vida de verdade. Vida sem ilusões, vida sem rótulos, vida sem aparências. Acho que tou sofrendo de alguma doença do mundo virtual, onde tenho a ilusão que tou vivendo mas na verdade, tou apenas conectada. Vida é quando ele grita de fome, vida é quando ele sorrir muito lindo depois que acorda de um belo e longo cochilo! Vida é quando olho pro calendário e lembro dos prazos de entrega do mestrado, e eu aqui, vidrada nesse mundinho de telas! Preciso mesmo quebrar esse vidro e sair, sair pra viver!

Um balanço...


Tenho sentido falta de alguns "muitos" amigos, daqui mesmo. Pessoas tão perto e tão longe! O tempo que fiquei por lá (8 anos e meio), parece que agravaram minha sede dos amigos e até então, essa sede não passa. Não sei se criei muita expectativa, não sei se me iludi em achar que iria encontrar as coisas parecidas como as que deixei em 2001... Como a mesma turma, ou quase a mesma, muitas saídas, muitos telefonemas, muitos sonhos compartilhados, doce ilusão! Encontrei cada um em seu novo mundo, mundo esse o qual não faço mais parte, nem eles fazem uns dos outros, fazem sim, cada um no seu. Mundos novos, mundo de trabalho, mundo de casa, mundo de casamentos, mundos e mundos, os quais não acompanhei, apenas "dormi" 8 anos e meio, e queria ainda encontrar tudo igual? Claro que não. Tudo muda, sim, claro, somos humanos em constantes mudanças, melhoras e pioras. Mas, mudanças. 
Hoje tou mais ou menos num redemoinho de amigos que se contam nos dedos. Uma estranha nessa cidade que também não a enxergo com os mesmos olhos, e nem bons olhos, na maioria das vezes. Aquela cidade que quando estava em Portugal tinha uma grande paixão, não via defeitos, via só saudade, sol, mar, calor humano, e tudo de ruim a distância se encarregava lindamente de apagar! Que sacana!
São praticamente 2 anos e meio de volta, envolta, solta, procurando algo que nem sei se existe, e nem sei na verdade o que procuro! 
Não, não quero voltar para Portugal, não é isso. Acho que na verdade quero me encontrar, independente do lugar, das pessoas. Primeiro preciso me achar nesse lugar, com essas "velhas" novas pessoas, ou novas mesmo! Descobrir essa "velha" nova cidade que no momento desconheço ou "re"conheço? 
Parece que entrei num túnel perdido, passei alguns aninhos em algum lugar e voltei, sem nem imaginar que 8 anos é muito tempo, e como é! Pessoas casaram, descasaram, tiveram filhos ou não. Estudaram, viajaram, mudaram de emprego, fizeram novas amizades, frequentaram novos lugares, leram outras coisas, enfim, mudaram, mudaram, e muitas eu não as conheço, ou melhor, não as "re" conheço. E eu também criei aqui meu "novo" mundo. Casada, com um filho pequenininho, um mestrado atrasado! Triste? Sim, por um lado queria encontrar um pouquinho de tudo aquilo que vivia. Aos poucos tou tentando entender o que houve, que parte do filme eu perdi. Que cena cortaram, onde a luz faltou? ou eu que faltei? Ou eu tou esquecendo que eu também mudei e muito nesses 8 anos, e talvez eu que já também esteja um pouco fechada, distante. Haverá culpados? Mas culpa de que?  Ou só más e mais interpretações? Peraí, eu saio 8 anos, "vou ali e já volto", e quero encontrar tudo no mesmo lugar? Assim não haveria vida. É, vai ver é que nessas novas "velhas" vidas eu é que não caibo mais. Cheguei um pouco tarde! 

 

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Blog abandonado... Tempo, tempo, tempo...

Tem tanta coisa pra falar, comentar, reclamar, comemorar, sonhar, pensar, calar! Ufa, que nem sei por onde começar!!
Analisando meu blog, vi que só fiz dois posts depois que Tomás nasceu! Pois é, tempo é mesmo ouro na minha vida! Mas ele tá sendo bem gasto. A maternidade é mesmo uma avalanche na vida da gente, falo de nós dois, porque são as partes mais envolvidas. É uma avalanche de mudança, de dentro e de fora! Agora somos três e às vezes parecemos cem, de tão intenso que é isso tudo! Confesso que me entreguei mesmo a maternidade, sem culpa, sem receios, com alguns medos, inseguranças, normal! E só agora começo a sair do casulo junto com meu pimpolho, porque ele também tá mais preparado e assim, ambos nos sentimos seguros!
Até os 5 meses, fiz pouca coisa da faculdade e vida social quase foi a zero! Foi mesmo intenso com o bebê e com a família, mas passou tão rápido e é sempre tão bom que só depois desse tempo é que me lembrei que existe vida após o bebê. Acho que fiz isso meio que de propósito, meio que por necessidade. Propósito porque quando pensava em ser mãe, pensava mais ou menos assim, queria tá muito envolvida, dedicando, sem lembrar se é sábado ou terça à noite. Apesar de que vez por outra batia uma nostalgia da vida "boemia", não vou mentir. Mas logo, logo passava... Imergi nesse mundo, fui conversar com outros pais, entrei com tudo no universo do bebê!! E que universo rico e grandioso viu? E quando me peguei, pronto, sou mesmo outra pessoa-mãe!! Não tem mais como desvincular!! E mesmo sofrendo de um cansaço constante, dores nas costas e sono eterno, a felicidade de estar com Tomás é tanta que tudo isso vai sendo superado!

Agora, ele com quase 7 meses, e como já falei, tou tentando aos poucos sair do casulo, esticar um pouco esse cordão umbilical porque já começo a sentir falta de estar mais com os amigos, dá uma saidinha à noite, sair como casal, sabe? Ir ao cinema e comprar pipoca, ou seja, encaixar a vida "normal"  de antes na vida de nós três. 
Mas temos feito programas ótimos em família, aliás, desde os 3 meses dele que já fazemos, até porque Tomás é bem disposto desde pequenininho, gosta de observar tudo de novo e pouca coisa o incomoda! 
Aproveitei o começo do ano para criar novas metas, sempre fiz isso, até as escrevo, muitas as cumpro e lembro sim durante o ano, outras ficam no papel. Esse ano a principal é a dedicação a pesquisa do mestrado e a tentar me inserir no mercado das Faculdades. Outra é voltar a estudar inglês, já estou vendo cursinhos... E, enquanto isso, vou fazendo aquela "ginástica" com a empregada de casa para sobrar um tempinho que ela possa ficar com Tomás e eu consiga estudar. Essa semana consegui algumas horinhas. 
Essa é minha nova rotina, aos poucos, cambaleando, vamos encontrando uma nova trilha, uma nova maneira de viver, de não deixar que coisas que gostávamos de "antes" fiquem no limbo. Estamos indo lá de vez em quando resgatar alguma coisa. O companheiro tá sendo essencial nesses "resgates"! E agora, tudo tem um outro sabor com o mais novo integrante dessa família que acaba de se formar...

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

E a minha vida...

 Emails por responder, livros sendo renovados na biblioteca sem ao menos terem sido abertos, textos por escrever, pastas de fotos a espera de uma seleção para impressão, ligações a amigos adiadas, programas de tv interessantes que foram esquecidos, bate-papo na net para me atualizar da vida dos amigos, coisas de casa a tratar, saidinhas à noite regada a cerveja e um bom papo... Tudo isso a espera faz tempo! Tudo isso ficou assim, em segundo, terceiro plano depois da chegada de Tomás. Triste ou preocupada? Impossível. Ele traz tanta felicidade e tem sido tão encantador vê-lo descobrir a vida, as coisas. Tudo encanta ele, tudo ele rir, observa e eu fico só observando cada detalhe dele, abestalhada com as descobertas que são dele. E nisso, vai mudando a minha perspectiva de ver as coisas nessa vida... Ainda procuro equilíbrio para não deixar tanta coisa se acumular, mas confesso que não estou muito preocupada. Uma hora tudo vai encaixar melhor, eu não posso é perder esses momentos dele, da gente.















A foto de cima ele tá encantado com as cores da calça do pijama. Na de baixo ele tá pronto pra entrar na piscininha dele :)